O que é?
A córnea é uma estrutura transparente, quase esférica e regular. Através dela penetram os raios luminosos que são captados pela retina (fundo do olho). Qualquer distorção na córnea causa redução na qualidade da imagem que chega à retina.
Ceratocone é uma doença não inflamatória da córnea na qual a baixa rigidez do colágeno corneano permite que a área central ou paracentral assuma forma cônica (do grego: “kerato” significa córnea e “conus” forma cônica). A córnea tornando-se progressivamente mais fina e irregular, resultando na distorção das imagens.
Essa irregularidade, na maioria dos casos, causa baixa visual não recuperável com óculos, isto é, mesmo com um bom exame de refração a acuidade visual não é boa. As lentes de contato (LC) rígidas ou gelatinosas especiais costumam propiciar boa visão, pois simulam uma nova superfície corneana regular. A evolução da doença pode levar o paciente a ser intolerante às LC e necessitar de um procedimento cirúrgico como anel intracorneano (Anel de Ferrara). O transplante de córnea é realizado somente em 10% dos casos, quando a progressão provoca cicatrizes corneanas ou quando a visão não é satisfatória com os tratamentos anteriores.
O ceratocone geralmente aparece na adolescência ou em adultos jovens e progride até 35 a 40 anos de idade. Afeta em torno de 1 para cada 2000 pessoas.
A progressão normalmente é lenta, mas pode haver períodos de tempo em que a piora é rápida. É impossível prever qual a velocidade de progressão ou se ela vai realmente ocorrer em um determinado caso. Os jovens com doenças avançadas têm maior chance de progressão, enquanto que após os 35 anos de idade a doença dificilmente piora.
No início, o diagnóstico pode ser difícil, pois o exame biomicroscópico (utilizado para avaliar a córnea em grande aumento) é praticamente normal. Muitas vezes, o oftalmologista diagnostica somente astigmatismo e miopia. O astigmatismo decorre da irregularidade e a miopia do abaulamento corneano. A minoria dos pacientes com ceratocone tem hipermetropia. Nas situações iniciais, o diagnóstico é feito utilizando-se o exame chamado topografia e/ou tomografia de córnea (mais detalhes na parte de exames). Esses também são os melhores exames para avaliar objetivamente a progressão da doença.
Em mais de 90% dos casos o ceratocone acomete os dois olhos, entretanto, um dos olhos geralmente é mais afetado que o outro. Homens e mulheres são afetados na mesma proporção.
As causas específicas ainda não são conhecidas, mas a origem mais provável é a genética. Apesar disto, somente 20% dos pacientes com ceratocone tem alguém na família com a doença. Quando não existirem casos na família a probabilidade dos filhos terem ceratocone é menor que 15%. Os pacientes que apresentam predisposição e tem o hábito de coçar os olhos, geralmente vão ter uma doença mais precoce e mais avançada. O ato de coçar os olhos altera a composição das enzimas na córnea, o que reduzem ainda mais sua resistência.
O vídeo mostra a história de um atleta, portador de ceratocone, que estava ficando cego. Quase teve que abandonar o esporte, mas foi submetido a um tratamento inovador e voltou a enxergar. O Centro Catarinense de Tratamento do Ceratocone esclarece algumas informações equivocadas que aparecem neste vídeo:
O ceratocone não é uma doença rara. Ela acomete cerca de 1 para cada 1000 pessoas.
O ceratocone é uma degeneração corneana, que, ao contrário do que é mostrado no vídeo, não leva à cegueira. Atualmente, temos vários tratamentos disponíveis para melhora da visão, e mesmo nos estágios mais avançados da doença, é possível fazer o transplante de córnea. O transplante de córnea tem a finalidade de trocar a córnea doente, por uma córnea doada, sem doença, permitindo a recuperação visual do paciente.
A aplicação da vitamina Riboflavina, associada à luz ultra-violeta, também conhecida como Crosslinking do colágeno, é um tratamento que já existe há cerca de 10 anos, e visa estacionar a doença, ou seja, evita a piora do ceratocone. Ao contrário do afirmado na reportagem, este procedimento não diminui a sensibilidade à luz (fotofobia).
Para mais informações sobre o Crosslinking, acesse: https://www.sadalla.com.br/especialidades-oftalmologia/ceratocone/
Não existe implante de lente na face interna da córnea, conforme ilustrado na reportagem. Alguns tratamentos disponíveis para melhorar a visão do portador de ceratocone, são as lentes de contato (que são adaptadas por fora do olho), os anéis intracorneanos (conhecidos como anel de Ferrara) e, para casos selecionados, o implante de lentes intraoculares, também chamadas de lentes fácicas. Essas lentes têm objetivo principal de correção de altos graus de miopia, porém não corrigem o astigmatismo irregular ocasionado pela doença, principal causa de baixa visão no ceratocone. O Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem implanta essas lentes há quase de 20 anos. Mais informações no link do nosso centro de laser: http://www.sadallalaser.com.br
Para maiores informações a respeito do ceratocone e seu tratamento, visite http://www.cctc.com.br/. Consulte seu oftalmologista para a indicação do melhor tratamento para o seu caso.
Equipe do CCTC – Centro Catarinense de Tratamento de Ceratocone
Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem